Fissura Anal e Hemorroida: Tratamentos Eficazes

As doenças anorretais, como fissura anal e hemorroidas, são extremamente comuns, mas frequentemente negligenciadas devido ao constrangimento. Este artigo, escrito por um especialista, detalha a diferença entre as duas condições, as abordagens clínicas iniciais e, crucialmente, quando a intervenção cirúrgica (como a Esfincterotomia para fissura e Hemorroidectomia) se torna a solução definitiva para o alívio da dor e do sangramento.
Fissura Anal e Hemorroida | Dr. Carlos Humberto | Cirurgia Digestiva e Bariátrica

Hemorroidas e Fissura Anal: Diferenças, Sintomas e o Caminho Definitivo para o Alívio Cirúrgico da Dor

As doenças anorretais, notavelmente as hemorroidas e a fissura anal, estão entre as condições mais comuns, porém mais negligenciadas, que afetam a qualidade de vida. O medo do diagnóstico, o constrangimento ou a confusão entre os sintomas muitas vezes levam ao adiamento do tratamento, o que só agrava a dor e o sangramento. Embora sejam condições distintas, ambas causam desconforto significativo e, frequentemente, exigem a intervenção de um cirurgião especialista em aparelho digestivo ou coloproctologista para uma solução definitiva. Com mais de 950 palavras, este artigo visa desmistificar estas doenças, detalhando suas abordagens de tratamento, com foco nas técnicas cirúrgicas que trazem o alívio duradouro.

A primeira e mais importante etapa é a diferenciação clínica. Enquanto as **hemorroidas** são veias dilatadas no canal anal, a **fissura anal** é um pequeno rasgo ou ferida na pele sensível do ânus. Embora ambas causem sangramento e dor, a característica da dor e os tratamentos são bastante diferentes.

Hemorroidas: Tipos, Sintomas e Quando a Cirurgia é Indispensável

As hemorroidas são classificadas como internas ou externas. As **hemorroidas externas** são visíveis e palpáveis na borda do ânus e podem causar dor intensa se sofrerem trombose (formação de coágulo). As **hemorroidas internas** são classificadas em graus (I a IV) dependendo de seu prolapso (saída) para fora do ânus durante a evacuação:

  • **Grau I:** Sangram, mas não prolapsam.
  • **Grau II:** Prolapsam ao evacuar, mas retornam espontaneamente.
  • **Grau III:** Prolapsam e precisam ser empurradas de volta com o dedo.
  • **Grau IV:** Prolapsam e não retornam, ficando constantemente expostas.

Sintomas Principais e Tratamento Clínico Inicial

O sintoma mais comum das hemorroidas é o **sangramento indolor** de cor vermelho-vivo, geralmente após a evacuação. Dor é mais comum na trombose hemorroidária ou nas hemorroidas de Grau III e IV. O tratamento inicial para graus I e II foca em aumentar a ingestão de fibras e líquidos, uso de pomadas e banhos de assento para reduzir a inflamação.

Técnicas de Intervenção Minimamente Invasiva

Quando o tratamento clínico falha, ou para hemorroidas de Grau I e II, o cirurgião pode optar por procedimentos no consultório:

**Ligadura Elástica:** O cirurgião aplica um pequeno elástico na base da hemorroida interna, cortando seu suprimento sanguíneo e fazendo-a cair em poucos dias. É o tratamento mais comum para hemorroidas internas de Graus I e II.

Hemorroidectomia: A Solução Cirúrgica Definitiva (Graus III e IV)

Para hemorroidas grandes (Graus III e IV), prolapsadas ou trombosadas que não respondem a outros tratamentos, a **Hemorroidectomia (cirurgia de remoção)** é necessária. A técnica cirúrgica mais tradicional e eficaz é a de Milligan-Morgan ou Ferguson, que remove o tecido hemorroidário excessivo. Atualmente, novas técnicas, como a **THD (Desarterialização Hemorroidária Transanal)**, utilizam o ultrassom Doppler para ligar as artérias que irrigam as hemorroidas, reduzindo-as com menos dor pós-operatória.

Fissura Anal: A Dor Aguda e o Tratamento Cirúrgico Essencial

A fissura anal é tipicamente causada por um trauma na evacuação (fezes duras) ou por espasmo crônico do esfíncter anal interno. Essa ferida causa dor excruciante, especialmente durante e após a evacuação, e pode levar a um ciclo vicioso: a dor causa espasmo do esfíncter, que diminui o fluxo sanguíneo para a fissura, impedindo a cicatrização.

Sintomas Chave e Tratamento Clínico da Fissura

O sintoma principal é a **dor intensa** em pontada ou queimação, que pode durar minutos ou horas após a evacuação, e o **sangramento discreto** (apenas na limpeza). O tratamento clínico inicial inclui pomadas com relaxantes musculares (nitroglicerina) para diminuir o espasmo do esfíncter e, como nas hemorroidas, o ajuste da dieta para fezes macias.

Esfincterotomia Lateral Interna: A Cura Rápida para a Fissura Crônica

Quando a fissura se torna **crônica** (dura mais de 6-8 semanas) e não cicatriza com o tratamento clínico, a cirurgia é o padrão ouro. O procedimento mais eficaz é a **Esfincterotomia Lateral Interna**. Este é um procedimento delicado no qual o cirurgião corta uma pequena porção (cerca de 30-40%) do músculo esfíncter interno, aliviando o espasmo e, consequentemente, a dor e a falta de circulação. O relaxamento muscular permite que a fissura cicatrize de forma rápida e completa. É uma cirurgia com alta taxa de sucesso (mais de 95%) e recuperação relativamente rápida, mas que exige a precisão de um especialista para evitar o risco, ainda que baixo, de incontinência.

A Importância da Consulta Especializada

Muitas pessoas confundem as doenças anorretais ou tentam o autotratamento por longos períodos. É crucial buscar a avaliação de um cirurgião digestivo ou coloproctologista. Este especialista não apenas diferencia corretamente o diagnóstico (afastando câncer ou outras causas), mas também oferece o arsenal completo de tratamentos, desde o manejo clínico até as mais avançadas técnicas cirúrgicas, como a Hemorroidectomia ou a Esfincterotomia. A solução definitiva para a dor e o sangramento está na consulta especializada e na intervenção correta.

Se você ou alguém próximo precisa de ajuda especializada, agende uma consulta com o Dr. Carlos Humberto. Venha já visitar a nossa clínica.

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